Diário de Bordo
Considerações … a
refletir… no Diário de Bordo.
Ao longo do segundo semestre do Mestrado
em Pedagogia do Elearning, a unidade curricular Avaliação em Contextos
E-learning, ministrada pelas professoras Lúcia Amante e Elizabeth Souza, revelou
– se muito desafiante, nem sempre fácil de ultrapassar. A orientação disponibilizada
pelas professoras, ao longo do percurso tornou-se encorajadora e motivante.
O final da unidade curricular concretiza-se
com a redação do Diário
de Bordo, uma
reflexão pessoal sobre a aprendizagem. Esta não pode ser concebida sem identificar
os momentos e as atividades que proporcionaram a construção de um conhecimento
individual e, também coletivo. Sim, o trabalho colaborativo e cooperativo entre
os membros do mesmo grupo de trabalho, a maior parte das vezes, realizado e
cimentado fora da plataforma moodle da universidade aberta, foi muito mais
agilizado e positivo pela rapidez e omnipresença que as ferramentas digitais
proporcionam.
Comecemos pelo início da viagem, o
tema 1. Avaliação Pedagógica: Atuais perspetivas, que consistiu na análise da evolução
do conceito de avaliação pedagógica e discutir a avaliação pedagógica como um processo
de assistência às aprendizagens tendo como suporte teórico o seguinte artigo: Pinto, J. (2016)” A avaliação em educação: Da linearidade dos usos à
complexidade das práticas”, in: L.Amante & I.Oliveira
(coords) “Avaliação das Aprendizagens: Perspetivas , contextos e
práticas. Lisboa: Le@D, Universidade Aberta. Conceito de avaliação? Há
muito tempo que não equacionava este vocábulo, agora reconheço que o considerava
adquirido. Identificar e fundamentar as duas ideias fortes do texto em estudo requereu
a sua leitura e alguma dificuldade na seleção das ideias, uma vez que o texto apresenta
diversos conceitos e funções do processo da avaliação que me pareceram pertinentes.
Optei por identificar duas ideias que se relacionam: a avaliação formadora
enquanto
forma evoluída da avaliação formativa que valoriza a meta-aprendizagem proporcionado
ao aluno a regulação da sua aprendizagem (autorregulação) e a ideia de que a autoavaliação
regulada (uma forma de avaliação emergente) é um processo de aprendizagem, no
qual a aferição e identificação do erro e a sua superação ou correção (autogestão
do erro) trará um resultado positivo. “A avaliação desempenha neste processo um
papel central no próprio processo de aprendizagem” (Pinto, p.23). de modo a
proporcionar o surgimento de ideias, também coloquei as seguintes questões: “Se
o aluno tem de se comprometer com a sua própria aprendizagem. Importa perguntar,
sabe fazê-lo? Tem a capacidade para o fazer? Como o deve fazer? Outras questões
serão levantadas. Não esquecendo que os alunos apresentam características
diversas, com formas distintas de aprender e que a aprendizagem é um direito de
todos.” Algumas intervenções surgiram, tal como eu intervim em outras ideias e
considerações realizadas. Obviamente que retirei elações novas sobre a problemática
em estudo que me fizeram questionar a minha prática profissional. A intervenção,
a discussão e a partilha de ideias, de conceitos e de referências no fórum
(prática comum a todas as atividades desenvolvidas na unidade curricular) em
termos pessoais, revelou-se muito interessante, não só pelo encorajamento
manifestado pelos colegas de mestrado, como em termos pedagógicos. Aprendi como
e quando participar. O tempo cronológico não foi o meu aliado, por razões profissionais
e também por razões de falta de saúde, no entanto, realço que a aceitação da
partilha e de diferentes pontos de vista foi uma aprendizagem gratificante. Também,
assimilei que as intervenções devem ser diretas e breves, pois a longa extensão
de algumas intervenções não significa a relevância das mesmas. Acrescento que me
aproprie de ideias expostas no fórum de modo a ampliar a minha visão sobre o
tema da avaliação e respetivo conceito, nomeadamente a problemática da ética, a
valorização do papel do aluno enquanto agente ativo e a evolução do conceito e
processo de avaliação que, considero não estanque e, como tal, novas formas de
pensar a avaliação vão surgindo sempre em consonância com a evolução das exigências
que se impõem à sociedade no geral, e em particular à comunidade educativa.
A segunda viagem encaminha-nos para
o tema 2. Avaliação Pedagógica Digital em contextos de elearning. Aqui,
ancoramos nas especificidades e nos modelos teóricos da avaliação pedagógica em
contextos de elearning. A atividade começou por ser desafiante, pois o grupo constituído
implicou a comunicação com o Brasil, daí a importância de outros meios de comunicação
e de trabalho colaborativo que se revelaram essenciais (Google Docs e o WhatsApp).
Apesar das primeiras ideias e considerações sobre a bibliografia apresentada e
a comentar ter sido feita no fórum próprio da plataforma moodle, a continuação da
partilha bem como a decisão do artefacto a elaborar foi através do Google Docs
e o WhatsApp. Para a concretização do artefacto utilizou-se a ferramenta
digital Genially. Mais outra aprendizagem, pois, pessoalmente, criar um
recurso digital com interação e em interação foi muito positivo. Além das
referências bibliográficas recomendadas foi solicitado a apresentação e defesa
de um outro artigo/texto subjacente ao tema. Assim, o grupo apresentou o texto Moreira
et al. (2020) Educação digital em rede: princípios para o design pedagógico em
tempos de pandemia (Moreira et al. (2020)) pela pertinência da temática e,
acima de tudo pela atualidade do mesmo. Acrescento que as leituras por mim
efetuadas e respetivas partilhas dentro do grupo de trabalho elucidaram-me quanto
à aplicabilidade do conceito de avaliação. A naturalização do processo da
avaliação na minha prática letiva tornou-se mais evidente porque me preocupei
em fazê-lo e, tal aconteceu, pois, passei a ter uma visão diferente. Obviamente,
de forma gradual e tendo em conta as características do público. Foi e é um
processo de interiorização, de conceber a avaliação como inerente à cultura de
aprendizagem. Neste tema 2, quero, ainda, referir a questão do feedback/feedforward, estratégias construtivistas impulsionadoras de uma aprendizagem mais
eficaz.
Com o tema
3. Instrumentos de Avaliação Pedagógica em contexto de elearning, continuei a
trabalhar em grupo e em comunicação com o Brasil e, agora também com Timor. Reforço
a mais valia das ferramentas de comunicação a distância e saliento o seu uso,
pois pessoalmente foi uma grande e positiva experiência. A definição do
artefacto digital a criar e alguma partilha de bibliografia, ainda foi feita na
plataforma moodle, no entanto, verificamos que o Google Docs tornaria o trabalho
colaborativo e cooperativo mais eficiente e mais participativo. O e-portefólio,
instrumento pelo grupo definido, prendeu-se com a escolha do caso real de
avaliação alternativa que recaiu no texto Avaliação na educação superior:
limites e possibilidades de uma experiência (PEREIRA, Marcos Villela;
BONELLI, Sônia Maria de Souza; ZIMMER, Rosane Oliveira Duarte, EBERT, Síntia
Lúcia Faé), por fornecer uma contextualização coerente e atual (retrata uma
experiência digital aplicada em período COVID19) ao
demonstrar uma prática com resultado muito positivo no uso do e-portefólio como
instrumento avaliativo. O e-portefólio apresenta-se um exemplo
de avaliação alternativa, pois permite aferir a evolução do trabalho
do aluno proporcionando ao professor um conhecimento mais aprofundado sobre a aprendizagem
realizada tendo em conta a possibilidade de evidenciar uma amostra diversificada e representativa de trabalhos realizados
pelo aluno. Ao contrário da minha participação
nos fóruns dos temas 1 e 2, que considero muito positiva, no tema 3, a minha
intervenção foi pouco interativa por razões de doença.
O Diário de Bordo constrói-se com a identificação
do tema 4. Procedimentos e Critérios de Avaliação Pedagógica num Contexto Online.
A consolidação do uso de ferramentas digitais colaborativas mantém-se com o uso
do Google Docs que permitiu a elaboração do design de avaliação, o Contrato
de Aprendizagem subordinado ao tema Ética Digital e acompanhado por uma
apresentação digital mais apelativa. A apresentação de sugestões, de melhoramentos
e de outras perspetivas de como fomentar e aplicar a avaliação mostram-se muito
proveitosas e benéficas, pois permitiram acrescentos mais positivos e
vantajosos no Contrato de Aprendizagem, e, em termos pessoais, conduziram-me a
uma nova reflexão, desta vez sobre a importância das rubricas. A ampliação dos meus horizontes foi possível por
causa deste trabalho de grupo que me motivou e impulsionou em saber mais.
Contudo, sinto a necessidade de concretizar a teoria na prática, o que não foi possível pois o ano letivo estava no seu término.
Não posso finalizar a viagem e concluir o Diário de Bordo sem fazer
referência ao primeiro documento disponibilizado pelas professoras, o Contrato de
Aprendizagem, que se revelou extremamente importante, pois direcionou-me nas
tarefas a realizar. A definição das atividades a desenvolver, dos objetivos a
alcançar, dos recursos disponibilizados bem como a indicação dos prazos de
entrega dos trabalhos foi um fio condutor e orientador na concretização da unidade
curricular.
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